terça-feira, agosto 22, 2006

A PRÁTICA DA EDUCAÇAO NO SISTEMA REGULAR DE ENSINO

ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE CIENCIAS, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITARIO DE SINOP
DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA
ESTAGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO















RELATORIO DO ESTAGIO CURRICULAR SUPEVISIONADO
ENSINO FUNDAMENTAL





Nome: Leane Spies
Semestre: Vll
Profª Orientadora: Ana Lucia Andruchak








SINOP/MT/2004




Resumo informativo

Este registro é o relato do estagio supervisionado curricular do ensino regular, realizado na Escola Municipal de Educação Básica São Cristóvão, localizada no bairro São Cristóvão, na cidade de Sinop, Mt, sendo de ensino fundamental que abriga alunos de nível social e situação econômica baixa; a escola não possui uma boa estrutura física necessitando de reformas no prédio, novas salas, pátio arborizado com bancos e mesas apropriados, quadra coberta ou campo para Educação Física, matérias esportivos de diversas modalidades, jogos pedagógicos, biblioteca com livros bons e variados.
A turma era a segunda serie F, vespertina com 32 alunos é uma turma remanejada com bom nível de aprendizagem. Alunos que praticamente não tinham muitas dificuldades, sendo muito bons para desenvolver o trabalho de ensino. Todos liam e escreviam convencionalmente.



Introdução

Este período de estagio tornou possível à reflexão sobre a prática pedagógica dentro de sala de aula, sendo muito mais proveitosa por ter sido numa realidade diferente da minha vida diária.
As atividades que buscamos para aplicar, os textos trabalhados, tudo nos auxiliou a perceber que devemos sempre perseguir novos conhecimentos e idéias para resultar em aulas proveitosas.
Um projeto também sempre trará bons resultados para a reflexão e o aprimoramento da leitura e escrita.

As expectativas em relação ao estágio:

Sempre o que é desconhecido, em primeiro momento assusta e provoca medo, por ser algo fora do seu conhecimento, domínio e rotina; porém a partir do momento que se começa a compreender o objetivo e a forma de realização, tudo se torna mais fácil. Assim foi a disciplina de estagio no inicio, mas depois tudo pareceu mais claro. Os sentimentos de ansiedade, medo, vontade de conhecer e criar, mudar uma rotina é imenso. Tudo que fizemos foi procurando ser as melhores e mostrar que somos capazes e competentes. Mudar sempre se deseja, fazer algo diferente muitas pessoas querem, mas isso depende do esforço próprio.

Caracterização da escola e da turma com a qual trabalhou:


A Escola Municipal de Educação Básica São Cristóvão é uma escola de porte médio com aproximadamente mil alunos e quase cinqüenta funcionários, entre professores e demais funções; a estrutura da escola é razoável: secretaria, direção, coordenação e orientação, sala de professores, salas de aulas grandes, mas algumas superlotadas, lanche de qualidade, boa zeladora, ventiladores para arejar, livros para estudo de professores, mas falta a biblioteca, vídeo e tv, aparelho de som, laboratório de informática, entre outras coisas.
A sala da 2ª serie F, com 33 alunos, era muito boa para as situações de ensino aprendizagem, sendo todos alfabetizados, lendo e escrevendo convencionalmente. As dificuldades encontradas foram principalmente em leitura e ortografia.
O pátio da escola é espaçoso, mas não é arborizado; o local para lanchar não possui bancos e mesas para sentar e comer com tranqüilidade. Para brincar não há espaço próprio como um parque, quadra ou campo, porém os professores tentam suprir essa falta de estrutura da melhor forma possível.


Aspecto significativo da organização política-pedagogica da escola:

A Escola Municipal de Educação Básica São Cristóvão redigiu seu Projeto Político Pedagógico com os seguintes itens bem claros e estruturados:
- Missão da escola: Trabalhar em conjunto escola x comunidade para melhor qualidade de ensino, formando assim cidadãos críticos, criativos e conscientes de seus atos, proporcionando meios para acesso e permanência na mesma.
- Visão da escola: visam qualidade na formação, condições para aprender, ensinar e desenvolver suas capacidades, conteúdos necessários, participação e exercício da cidadania na sociedade.
- Introdução: promover um ambiente prazeroso, com bons profissionais para fazer os alunos dominarem os conhecimentos, tornar os alunos reflexivos, conhecedores de seus direitos e deveres.
- Organização Curricular/Metodologia: a escola possui um cronograma para todas as atividades, hora atividade aos professores para que possam planejar e organizar suas aulas, pesquisas, escolhas de atividades, materiais pedagógicos e estudos. A escola possui 32 turmas (matutinas, vespertinas; pré, 1ª a 4ª, Se Liga, e 5ª a 8ª série), com aproximadamente 50 funcionários entre professores e demais funções; cumpre-se o calendário letivo rigorosamente, sessões de estudos, recuperação paralela e conselho participativo.
- Justificativa: valorizar a cultura da comunidade do local, trabalhando em parceria com pais e APM (Associação de Pais e Mestres).
- Avaliação dos resultados: alcançados com o trabalho conjunto, o dialogo, participação e cooperação, registrando na escola para verificação dos resultados.
- Conteúdos programáticos: no PPP está registrado todo o conteúdo programado para o ano letivo, os quais são rigorosamente aplicados.





Análise crítica das fases de estágio:
l Etapa: Problematização:

Foram descobertas, nas semanas de monitoramento, poucas deficiências na leitura e ortografia de palavras, como por exemplo: m/n, t/d, f/v, p/d, b/d, eram feitas trocas de letras, palavras sobrepostas, ausência de pontuação e parágrafos, falha no uso da letra maiúscula em nomes próprios, dificuldade em interpretar e recontar.


Fases do Planejamento: Construções no processo e o resgate dos conhecimentos produzidos ao longo do curso em semestres anteriores:

Realizamos o planejamento dentro dos conhecimentos adquiridos, utilizando técnicas diversificadas, incluindo um projeto de leitura e interpretação de textos sobre a páscoa e seus principais símbolos como o coelho, ovos de chocolate, etc; que foi aplicado para incentivar a leitura e a escrita adequada de palavras, levando em consideração o conhecimento prévio, o pensamento e idéias dos alunos sobre o assunto.
Todos tinham um pensamento sobre a páscoa, que era de receber presentes, não conheciam a idéia da união das famílias, bondade, solidariedade, desta época especial onde todos comemoram juntos. Para eles era importante ganhar os ovos de chocolate. Foi necessário faze-los refletir sobre o assunto e questionar o que realmente era a Páscoa, o que era válido ou não.


Monitoria: elementos que serviram (ou não) de eixos para a elaboração da ação pedagógica.

Como monitora da turma percebemos que somente com observação individual e próximo do aluno detectamos que alguns alunos tinham dificuldade em construir frases e textos, colocando suas idéias no papel, além da ortografia e sobreposição de letras.
O trabalho realizado no individual proporciona conhecimento do professor em relação ao avanço na leitura e escrita do aluno, acompanhando próximo a eles vemos o nível de dificuldade de cada em particular.

ll-Etapa: A Prática Pedagógica:

As atividades lúdicas e o projeto aplicado provaram que atividades gostosas de se resolverem, oferecem um bom resultado na eficiência da aprendizagem. Brincadeiras, poesias, histórias engraçadas, atividades escritas de livre expressão, textos com disposição de frases diferentes, cálculo com material concreto, tudo proporcionou aos alunos um avanço e vontade de estudar. Tudo que é diferente chama atenção das crianças.
Bem proveitosa, porém foi a atividade feita com rótulos de produtos alimentícios, onde os alunos tiveram que pesquisar as principais informações que as embalagens trazem, sendo de muita importância para os consumidores, como: data de fabricação e validade, a variedade de marcas e preços, propriedades e o que contem, vitaminas e proteínas, aspectos e aparência do produto.
Há inúmeras maneiras de se ensinar, mas ensinar brincando é bem melhor, vemos que quando o ensino apresenta a eles o que eles querem aprender tudo leva ao avanço.
A leitura como forma de ensino, mostra aos alunos que conhecimento só obtemos se lermos bons livros, diversos tipos de textos, como: informativos, histórias, gibis, poesias, piadas, charadas, jornais, revistas, etc. sendo que a escrita como interpretação, reescrita, revisão, gramática, ortografia também é importante para o quotidiano das pessoas.
Em todos os lugares é importante sabermos ler, escrever e calcular, desde em ruas, supermercados, bancas, rodoviária... A importância da leitura mesmo que visual para o ser humano é vital; para segunda série, leitura e escrita proporciona a construção do conhecimento levando a reflexão da escrita.
É ótimo quando alunos questionam e pensam sobre como se escreve, se é com esta ou com aquela letra, ou como se lê tal palavra, ou ainda o que significa esta palavra; quando isso acontece, é a aprendizagem que esta ocorrendo.

lll-Etapa: Proposta de Intervenção:

Utilizamos técnicas diversificadas e lúdicas para promover o conhecimento, como base na escrita e leitura, já que era a maior dificuldade da turma: leitura e ortografia que foram detectadas em monitoria e atividades em sala durante a prática pedagógica.
Foram realizadas atividades com fichas para ortografia de palavras, o jogo silábico. Com as silabas tinham que formarem, estruturar as palavras, ler o que tinham formado e registrar no caderno. Montar um quebra-cabeça de uma parlenda em tiras frasais e colar no caderno em ordem cronológica, sendo que a mesma era memorizada por já te sido trabalhada. Foi trabalhada a letra de uma musica, como leitura e interpretação, reprodução de texto através de poesia, leitura e reescrita de noticias de jornais, leitura e produção de textos através de tirinhas de gibis, entre outras técnicas.
Embora não tenha participado ativamente na intervenção das crianças, tenho conhecimento de como foram trabalhadas, tendo em vista que colaborei no planejamento das atividades e as digitei. Tomei conhecimento por meio de conversas informais de como as crianças foram se desenvolvendo e avançando na aprendizagem e leitura, sendo possível ver o avanço dessas crianças nas atividades finais onde já escreviam e liam com melhor aproveitamento, com mais idéias para colocar no papel.
As atividades foram importantes para aquele grupo de crianças, por ser um trabalho individualizado, somente com os alunos que realmente tinham necessidade de intervenção e reflexão de escrita e leitura.


A articulação com o projeto de pesquisa: as atividades correlatas desenvolvidas.

Com relação ao projeto de pesquisa, que é sobre o Estatuto da Criança e o Adolescente: A criança, a escola e o conselho tutelar. Percebemos que algumas crianças apossaram-se de objetos que não lhe pertenciam, infringindo as regras básicas da moral social; conversas informais para orientações gerais foram realizadas afim de orienta-los a serem bons cidadãos cumpridores de seus direitos e deveres não buscando problemas com a Lei, futuramente.
A escola também tem outras crianças que são orientadas pelo conselho tutelar, há adolescentes que são usuários de drogas e gangues; sendo uma escola da periferia, de um bairro violento, possui então vários problemas com relação a infrações as leis.
A policia militar anda quase diariamente pela escola, fazendo ronda e orientando professores para conversar com os alunos a serem bons cidadãos, e mesmo conversando com os alunos para aconselhar a serem obedientes com pais e mestres.
FOULCAULT, Michel Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 1978. Fala sobre as punições de criminosos e de estudantes em colégios internos, que todos que infringem leis ou regras merecem punições desde que sejam humanas, que não maculem a dignidade da pessoa.
Freire coloca a pedagogia com autonomia, ensinar com liberdade, coisas que sejam importantes para a criança, como explicações sobre as regras sócias, os costumes e a moral.
Segundo o PCNs, se os cidadãos conhecessem seus direitos as injustiças seriam menores e mais pessoas se esforçariam para ajudar os outros, viver dentro dos princípios e da moral social. Sendo que isso é também um direito de aprender, quem não conhece a lei tem o direito de estudar e conhece para defender seus direitos e deveres. Para isso a escola é o principal instrumento de ensino e o principal mediador.



Considerações finais:


O aprendizado nesse período foi imenso, a reflexão da prática foi realizada, concluindo que os professores devem estar sempre em contato com novos conhecimentos, sempre estudando, buscando idéias novas para planejar aulas interessantes e lúdicas.
Atividades de leitura e escritas fazem as crianças refletirem sobre como devem escrever tal palavra. A leitura diversificada de diversos estilos de textos estimula e incentiva o habito de ler.
O PCN coloca que a leitura com objetivos claros e bem definidos encaminha os educandos para uma boa aprendizagem, mas para isso também é necessário ter uma rotina e boas atividades, pois ler por ler não leva ao aprendizado.
As crianças freqüentam a escola e vêem no professor seu exemplo para a vida, se elas vêem o professor lendo, farão como ele e irão ler. O professor é o espelho da classe. Se o professor for calmo, a turma será calma; se o professor gritar, a turma irá gritar; então o professor terá que ser democrático, saber ouvir, orientar, conversar e ser amigo. Tudo isso é importante numa sala de aula.
A aprendizagem, porém terá muito mais sentido para o aluno se estiver dentro de um contexto social, se tiver um significado para o aluno, se for algo que já conhece ou que tenha ouvido falar; ou seja, necessita de um conhecimento prévio sobre o assunto. Algum detalhe já se deve saber, para o professor ter um ponto de partida.
Planejar as aulas em cima de outra aula aponta o caminho a seguir pelo professor. Rever conteúdos, reler textos da semana, ter uma rotina, seguir um esquema para a aula. Trabalhar com materiais concretos para que o aluno possa manusear, entender e construir conceitos.
Conversas informais sobre o aprendizado do dia ajuda a perceber o quanto os alunos aprenderam, realizar o “feedback” no dia seguinte, partindo das duvidas auxilia as crianças a retomarem o aprendizado do dia anterior e em seguida ou retomar o assunto ou dificultar.
Como professores, necessitamos perceber as dificuldades dos alunos e auxiliar com boas explicações, atividades estimulantes, desafios diários para que se esforcem em resolve-los.
Leitura, escrita, interpretações, ditados dirigidos, atividades lúdicas, desafios de raciocínio, cálculos, etc; propiciam a aprendizagem e o avanço do aluno. E para os professores, a busca de novas idéias, instrumentos tecnológicos, sucatas, embalagens, tudo que possa ajudar os alunos a crescer deve ser usado.
O estudo, cursos, palestras, fóruns, debates, tudo que for informativo deve ser do conhecimento do professor.
Estar se capacitando rotineiramente é ótimo para os professores. Conversar com outros professores, ler livros bons, acessar a internet, cursar a faculdade, pós-graduação, etc, de todos os meios, pois os alunos clamam por crescimento, bons assuntos, boas atividades.

A LEITURA COMO MEIO PARA CONSTRUÇAO DA ESCRITA

ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE CIENCIAS, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITARIO DE SINOP
DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA
ESTAGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO















ARTIGO: A LEITURA COMO MEIO PARA CONSTRUÇAO DA ESCRITA






Nome: Leane Spies









SINOP/MT/2004



ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE CIENCIAS, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITARIO DE SINOP
DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA
ESTAGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
Um Desafio Coletivo e Interdisciplinar

Formação acadêmica em pedagogia-Vll semestre

A leitura como meio para construção da escrita


RESUMO:

Quando se lê um texto que já se possui um conhecimento prévio sobre o assunto ou quando sua linguagem é fácil ou ainda conhecemos seu conteúdo podemos ler até 200 palavras por minuto rapidamente. Já a leitura em voz alta demora mais, pois o movimento dos alhos é mais rápido do que a emissão de palavras, sendo que o processo de leitura depende de varias condições: a habilidade, o estilo do leitor, objetivo da leitura, o nível do conhecimento prévio e a complexidade do texto oferecido.
O aluno precisa se apoiar num significado, no que faz sentido, para eficácia da leitura. Conhecer o texto ou assunto é importante; muitas vezes à criança domina a escrita, mas pelo fato de não conhece o assunto não consegue compreender o texto e interpretar.
As crianças aprendem a ler participando de atividades de uso da escrita junto com o professor que domina esse conhecimento, mas a criança somente aprenderá e fará uso da leitura se achar finalidade.
Todos que fazem leitura é para atender uma necessidade pessoal: saber quais são as noticias, as novidades de uma revista, uma receita, como montar um equipamento, quais as regras de um jogo, obter novos conhecimentos, aprender lindos poemas ou emoções de um livro de aventura. A leitura é um processo onde se constrói a escrita, aprende a forma adequada da escrita, o sistema de escrita, a construção do significado, fazendo uso das estratégias de leitura que permite compreender e decodificar as mensagens e informações.
Palavras chaves: leitura, compreender, ensinar, significado, conhecimento prévio.



Introdução


A leitura é um processo ativo e apenas um dos procedimentos de decodificação que usamos para ler, no qual se constrói o significado da escrita, sendo que a leitura fluente envolve uma série de outras estratégias que sem elas não se alcança à rapidez e a proficiência.
A leitura como prática social é sempre um meio, nunca um fim. Ler é resposta a um objetivo, a uma necessidade pessoal. Fora da escola não se lê só para aprender a ler, não se lê de uma única forma, as formas de leitura são inúmeras.
É fundamental adquirir o habito da leitura entendendo, que ler é viajar e descobrir o mundo, não só ler por obrigação ou por necessidade; a prática constante da leitura não significa a repetição infindável de atividades escolares, e sim, uma prática constante com diversidade de objetivos, modalidades e textos que realmente levem ao conhecimento escrito.
É preciso ler e atribuir um significado ao que se está lendo, para isso o planejamento deve ser feito em função de uma classe real. Um planejamento do ano passado, por exemplo, não pode ser reutilizado, pois as crianças não são as mesmas e as dificuldades, provavelmente não serão as mesmas. Então, as estratégias, as idéias, o plano terá que ser diferente.
As utilizações de textos reais são importantes, pois será ali o lugar onde o sujeito irá aprender a ler e escrever assim fará uma reflexão sobre esse processo de construção da escrita. Não há aprendizado de escrita sem leitura.
Nossas escolas necessitam de mais incentivos para a leitura, sem bibliotecas estruturadas, com variadas coleções e grande quantidade de livros, não faz de seus alunos leitores e escritores competentes e estimulados a estudar, freqüentar as aulas.
Os educandos mais dependem da criatividade de seus professores em relação à leitura do que pela escola e o sistema. Mestres, tantas vezes criticados pela má situação ou defasagem de aprendizagem em que se encontram os alunos, criam situações de leitura e escrita melhor oportunizar essa prática nas escolas.


Capitulo 1:
As estratégias de leitura

Para o aluno ter boa leitura, entender, interpretar um texto e saber escrever sobre o assunto que fala o mesmo, é necessário que o educando domine as estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação.
A estratégia de seleção possibilita ao aluno que preste atenção apenas ao que lhe é útil, importante para responder ou realizar dada proposta de atividade.
Na estratégia de antecipação, mostrar que nosso cérebro é capaz de prever o que está por vir, isso se o texto for de seu conhecimento, um texto não muito difícil, ao ler é possível pular palavras, sem que isso prejudique a interpretação e o entendimento do texto.
A estratégia de inferência permite captar o que não está dito no texto de forma explicita; é o que está entre linhas. São adivinhações baseadas em pistas dadas pelo texto, nunca sendo aleatórias. Boa parte do conteúdo de um texto pode ser verificada e inferida ao mesmo tempo, em função do contexto que ele trás e este contribui para interpretação do texto.
Na estratégia de verificação torna possível controlar as demais, permitindo confirmar as especulações realizadas ou não. É a checagem para confirmação da compreensão da leitura.

1.1-Como as usamos?

Utilizamos todas essas estratégias de leitura quase ao mesmo tempo sem saber disso. Só se percebe se prestar atenção na leitura realizada. Isso é interessante que os alunos busquem para poder fazer as atividades propostas pelos professores.
Ler sempre será atribuir significados e isso se da pelo uso das estratégias, pelo conhecimento prévio e pelo grau de dificuldade do texto, sendo que a criança não precisa saber o que é e como acontece cada uma delas: basta que faça, e isso é tarefa do professor possibilitar para o aluno sendo através da leitura oral e coletiva juntamente com análises de textos.

Capitulo 2-Por que não se consegue alfabetizar todos os alunos?

Analisando as situações que as escolas então vivendo na atualidade é uma pergunta difícil de se responder e percebe-se que não são quaisquer alunos, mas é aluno das camadas populares que não se consegue alfabetizar. É difícil compreender o que há de errado com esses alunos, e descobrir por que não conseguem aprender. Estudiosos diversos entraram no seguinte consenso o que serve para alfabetizar classe média não serve para alfabetizar classes populares. Acreditava-se que os processos de aprendizagem das diferentes classes sociais seriam diferentes e isso explicaria desempenhos diferentes.
Apesar de ter passado muito tempo, alguns professores ainda colocam que a história de vida dos alunos, que por serem desfavorecidos economicamente, ou que por serem filhos de pais separados, são menos capazes de aprender.
Fato é que vemos em muitas escolas, inclusive a que trabalho, muitas crianças com histórias de vida triste, que são pobres e outros que também são filhos de pais separados, mas conseguem aprender sem dificuldades. Podemos concluir que, então, a causa disso seja o estimulo, o incentivo e as praticas sociais de leitura. Se a família motivar e cobrar, o aluno se esforçará mais para estudar e aprender. Crianças precisam ser elogiadas, estimuladas para a leitura.
A escrita é construída através de leituras de textos, não de memorização, coordenação motora, discriminação visual e auditiva, noções de lateralidade e fragmentação de palavras (silabas).
Algumas crianças não se alfabetizam aos seis sete anos pela mesma razão de que outras não aprender lavar, cozinhar, cuidar da casa... E a escola, quando não valoriza esta diversidade de saberes faz estas crianças mergulharem num mundo hostil e estranho de que só elas são as culpadas por não aprenderem.




2.1-Por que ler?

Ler é interpretar e entender é gostar de livros bons e isso somente é possível pelo incentivo à leitura desde a tenra idade. Em sala o professor deve proporcionar a leitura de vários gêneros, que despertem a curiosidade e o interesse pela leitura. É isso que tentamos realizar na escola que realizamos a prática pedagógica: proporcionando o acesso a vários tipos e estilos textuais estimulando, assim, o gosto e o hábito de ler a fim de construir a escrita. Para tanto usamos um projeto de leitura e interpretação interdisciplinarizando com matemática, ciências e historia e geografia.
O Projeto era composto por e leituras informativas, histórias, poemas, interpretações textuais, situações problemas, tipos de alimentos e hábitos alimentares, de atividades e textos envolvendo informações históricas e geográficas sobre o assunto.
São as situações do uso da leitura que levam a um momento de reflexão sobre como funciona a escrita: o material que se lê, as coisas que se escreve e se relê, a forma como o professor lê e escreve, o nome de pessoas queridas e o próprio nome, as embalagens que circulam em casa, os livros e a leitura realizada pela família, as placas e sinais de trânsito.
Na escola se ensina tantas coisas que as crianças podem aprender mais tarde e deixam de lado algo tão importante como a leitura. Tudo para fazer cópias e mais cópias de textos absurdos que nunca serão utilizados. Os professores poderiam ler mais com seus alunos, desde jornais, revistas, artigos, panfletos, livro de contos, historia, piadas, parlendas, textos informativos entre outros. Para que isso aconteça é necessário que o professor saiba que não há regras, basta ler. E o conhecimento vai se desenvolvendo. Somente a leitura proporciona a leitura em identificação de palavras, construção da escrita adequada e interpretação do texto.
Ler para o aluno é uma forma de incentivar a leitura, pois se o professor mostrar ser um bom leitor o aluno também o será. O aluno sempre procura imitar o professor em tudo: na forma de andar, de se vestir, de escrever e o fará na forma de ler.
A prática da leitura forma leitores competentes e, conseqüentemente, escritores competentes, possibilitarão produção de textos eficazes, pois a leitura oferece matéria-prima para a escrita: o que e como escrever.
Ler é uma atividade que implica na compreensão da informação escrita para torna-la um objeto de ensino em sala. Isso implica em resolver um problema pratico, informar, divertir-se, estudar escrever ou revisar seu próprio texto, pois se o objetivo é formar cidadãos capazes de compreender qualquer tipo de texto e escritores competentes é preciso organizar um educativo e aprendam realmente isso na escola.
É preciso que o aluno leia sempre, oferecendo textos do mundo, não somente durante as aulas, apenas o livro didático ou por que o professor pede. Não deixar o aluno ler apenas para decodificar, transformar letras em sons, mas realmente compreender o texto.


2.2-Algumas condições para formar bons leitores e escritores

- Dispor de uma biblioteca na escola;
- Bons acervos de livros próprios para a série;
- Organizar momentos de leitura livre em que o professor também leia; assim os alunos que não participam vejam que seu professor gosta e sejam seduzidos;
- Planejar atividades diárias de leitura garantindo que tenham a mesma importância;
- Deixar que escolham o que desejam ler;
- Não deixar que nada importune este momento de leitura; nada de perguntas do tipo se estão gostando ou achando;
- Permitir o empréstimo de livros da escola para levarem para cassa
- Sempre que possível sugerir títulos;
- Se precaver de ter sempre livros com títulos diferentes para maior variedade;
- Construir com seus alunos a prática da leitura;
Realizar leituras diárias de forma individual, em voz alta, pela escuta de alguém que lê, desde que faça sentido dentro da aula, colocar os objetivos da atividade de leitura, dar informações gerais sobre o texto, é importante para o dia-dia.
O fato que nos faz refletir é como nossas escolas querem que seus alunos sejam leitores competentes e assíduos se as mesmas não possuem bibliotecas? Nem sequer grande variedade de livros? Quantas vezes somos capazes de ler o mesmo livro na semana sem que passemos a desejar outro ou perder o interesse por essa atividade?
Em muitas escolas de nossa cidade esses alunos que deveriam ser leitores estimulados são obrigados a ler as mesmas (poucas!) coleções varias vezes e repetidamente. Ou então os professores tantas vezes já criticados pela situação do ensino compram com seu próprio ganho livros para trabalhar e dar oportunidade de leitura a seus alunos. Ou, ainda, correm atrás de jornais velhos, revistas antigas, entre outros meios, para propiciar esse momento para o aluno. As estratégias desses “heróis” são inúmeras, todas visando melhorar o ensino-aprendizagem do educando procurando possibilitar e estimular a leitura em sala de aula.
A leitura colaborativa, conhecida nas escolas como leitura compartilhada, é feita pelo professor ou por um aluno, trata-se de uma boa estratégia para formar leitores e incentivar o habito da leitura. Se o educando ver seu professor lendo, o mesmo passa a acreditar que se seu professor gosta é interessante e passará a imitar o mestre querendo ler a todo o instante, trazendo textos de casa, como: receitas, recortes de jornais, poemas escritos por eles ou por alguém da família, pode até vir um trecho bíblico.
Os projetos de leitura envolvem todos os alunos e expressa um bom resultado, pois tem o tempo necessário para se alcançar o objetivo, além de permitir o planejamento de suas etapas com os alunos. Pode-se controlar o tempo, dividir as tarefas, promover bons textos e avaliar os resultados, já que o mesmo será em linguagem oral, escrita, leitura e produção de textos. Tudo fará sentido para o aluno ler para escrever, escrever para ler, escreve para não esquecer, ler em voz alta.
Atividades seqüenciadas são parecidas com o projeto, mas se lê apenas um gênero por temporada, ou um autor.
As atividades de leitura permanentes são quando o professor as propõe com regularidade para os alunos, como: escolher o que querem ler, levam para casa, trocam entre si, lêem para a classe. Outro exemplo é roda de leitores onde os alunos tomam o livro emprestado para ler em casa e depois de lido reatam para a turma.




Conclusão

Por meio da leitura o aluno construirá uma escrita competente, visando boas produções, Espera-se que o aluno leia os textos e relacione com o conhecimento prévio que possui sobre o assunto.
Na leitura de textos, que utilize as estratégias para compreensão global não só decodificando as letras, mas formar competência de leituras para que assim o aluno entenda o texto.
A língua escrita e a língua oral estabelecem relação entre leitor e escritor, porém alguém que lê muito não será necessariamente alguém que escreve bem. Pode-se dizer que existe uma grande possibilidade de que seja assim. É nesse contexto que devemos ensinar e formar leitores que sejam capazes de produzir textos coerentes, coesos, adequados e ortograficamente escritos.
Alem das produções o professor deve organizar situações de escuta para que o conteúdo valha a pena. A leitura irá proporcionar a expressão de pensamento e idéias para a escrita.
Promover projetos de leituras usando poesias, histórias engraçadas tanto reais e irreais, parlendas, piadas, entre outros gêneros globalizando com outras disciplinas, usando brincadeiras, musicas. Tudo o que o educando realmente conhece, que tem significado para ele. Não vale a pena o professor falar de uma realidade que não faz parte de seu quotidiano, o aluno é capaz de registrar algo como: “não conheço isso, não sei o que é!”.
Seria como se um professor fosse dar uma aula sobre um animal como o hipopótamo, qual é o aluno que já viu um e sabe como é, como vive, onde vive... Não tem lógica. Também não se deve esquecer, de repente, de mostrar ou falar do tal bicho, mas explorar realmente assuntos que estejam dentro de um contexto.






Referencias bibliográfica
Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental. / , Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. – Brasília: Ministério da Educação, 1999. 364p.: il.: Fotos; 27cm.

Programa de formação de professores Alfabetizadores, PROFA; 2001. Ministério da Educação e Cultura- MEC.