terça-feira, agosto 22, 2006

A LEITURA COMO MEIO PARA CONSTRUÇAO DA ESCRITA

ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE CIENCIAS, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITARIO DE SINOP
DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA
ESTAGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO















ARTIGO: A LEITURA COMO MEIO PARA CONSTRUÇAO DA ESCRITA






Nome: Leane Spies









SINOP/MT/2004



ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE CIENCIAS, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITARIO DE SINOP
DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA
ESTAGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
Um Desafio Coletivo e Interdisciplinar

Formação acadêmica em pedagogia-Vll semestre

A leitura como meio para construção da escrita


RESUMO:

Quando se lê um texto que já se possui um conhecimento prévio sobre o assunto ou quando sua linguagem é fácil ou ainda conhecemos seu conteúdo podemos ler até 200 palavras por minuto rapidamente. Já a leitura em voz alta demora mais, pois o movimento dos alhos é mais rápido do que a emissão de palavras, sendo que o processo de leitura depende de varias condições: a habilidade, o estilo do leitor, objetivo da leitura, o nível do conhecimento prévio e a complexidade do texto oferecido.
O aluno precisa se apoiar num significado, no que faz sentido, para eficácia da leitura. Conhecer o texto ou assunto é importante; muitas vezes à criança domina a escrita, mas pelo fato de não conhece o assunto não consegue compreender o texto e interpretar.
As crianças aprendem a ler participando de atividades de uso da escrita junto com o professor que domina esse conhecimento, mas a criança somente aprenderá e fará uso da leitura se achar finalidade.
Todos que fazem leitura é para atender uma necessidade pessoal: saber quais são as noticias, as novidades de uma revista, uma receita, como montar um equipamento, quais as regras de um jogo, obter novos conhecimentos, aprender lindos poemas ou emoções de um livro de aventura. A leitura é um processo onde se constrói a escrita, aprende a forma adequada da escrita, o sistema de escrita, a construção do significado, fazendo uso das estratégias de leitura que permite compreender e decodificar as mensagens e informações.
Palavras chaves: leitura, compreender, ensinar, significado, conhecimento prévio.



Introdução


A leitura é um processo ativo e apenas um dos procedimentos de decodificação que usamos para ler, no qual se constrói o significado da escrita, sendo que a leitura fluente envolve uma série de outras estratégias que sem elas não se alcança à rapidez e a proficiência.
A leitura como prática social é sempre um meio, nunca um fim. Ler é resposta a um objetivo, a uma necessidade pessoal. Fora da escola não se lê só para aprender a ler, não se lê de uma única forma, as formas de leitura são inúmeras.
É fundamental adquirir o habito da leitura entendendo, que ler é viajar e descobrir o mundo, não só ler por obrigação ou por necessidade; a prática constante da leitura não significa a repetição infindável de atividades escolares, e sim, uma prática constante com diversidade de objetivos, modalidades e textos que realmente levem ao conhecimento escrito.
É preciso ler e atribuir um significado ao que se está lendo, para isso o planejamento deve ser feito em função de uma classe real. Um planejamento do ano passado, por exemplo, não pode ser reutilizado, pois as crianças não são as mesmas e as dificuldades, provavelmente não serão as mesmas. Então, as estratégias, as idéias, o plano terá que ser diferente.
As utilizações de textos reais são importantes, pois será ali o lugar onde o sujeito irá aprender a ler e escrever assim fará uma reflexão sobre esse processo de construção da escrita. Não há aprendizado de escrita sem leitura.
Nossas escolas necessitam de mais incentivos para a leitura, sem bibliotecas estruturadas, com variadas coleções e grande quantidade de livros, não faz de seus alunos leitores e escritores competentes e estimulados a estudar, freqüentar as aulas.
Os educandos mais dependem da criatividade de seus professores em relação à leitura do que pela escola e o sistema. Mestres, tantas vezes criticados pela má situação ou defasagem de aprendizagem em que se encontram os alunos, criam situações de leitura e escrita melhor oportunizar essa prática nas escolas.


Capitulo 1:
As estratégias de leitura

Para o aluno ter boa leitura, entender, interpretar um texto e saber escrever sobre o assunto que fala o mesmo, é necessário que o educando domine as estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação.
A estratégia de seleção possibilita ao aluno que preste atenção apenas ao que lhe é útil, importante para responder ou realizar dada proposta de atividade.
Na estratégia de antecipação, mostrar que nosso cérebro é capaz de prever o que está por vir, isso se o texto for de seu conhecimento, um texto não muito difícil, ao ler é possível pular palavras, sem que isso prejudique a interpretação e o entendimento do texto.
A estratégia de inferência permite captar o que não está dito no texto de forma explicita; é o que está entre linhas. São adivinhações baseadas em pistas dadas pelo texto, nunca sendo aleatórias. Boa parte do conteúdo de um texto pode ser verificada e inferida ao mesmo tempo, em função do contexto que ele trás e este contribui para interpretação do texto.
Na estratégia de verificação torna possível controlar as demais, permitindo confirmar as especulações realizadas ou não. É a checagem para confirmação da compreensão da leitura.

1.1-Como as usamos?

Utilizamos todas essas estratégias de leitura quase ao mesmo tempo sem saber disso. Só se percebe se prestar atenção na leitura realizada. Isso é interessante que os alunos busquem para poder fazer as atividades propostas pelos professores.
Ler sempre será atribuir significados e isso se da pelo uso das estratégias, pelo conhecimento prévio e pelo grau de dificuldade do texto, sendo que a criança não precisa saber o que é e como acontece cada uma delas: basta que faça, e isso é tarefa do professor possibilitar para o aluno sendo através da leitura oral e coletiva juntamente com análises de textos.

Capitulo 2-Por que não se consegue alfabetizar todos os alunos?

Analisando as situações que as escolas então vivendo na atualidade é uma pergunta difícil de se responder e percebe-se que não são quaisquer alunos, mas é aluno das camadas populares que não se consegue alfabetizar. É difícil compreender o que há de errado com esses alunos, e descobrir por que não conseguem aprender. Estudiosos diversos entraram no seguinte consenso o que serve para alfabetizar classe média não serve para alfabetizar classes populares. Acreditava-se que os processos de aprendizagem das diferentes classes sociais seriam diferentes e isso explicaria desempenhos diferentes.
Apesar de ter passado muito tempo, alguns professores ainda colocam que a história de vida dos alunos, que por serem desfavorecidos economicamente, ou que por serem filhos de pais separados, são menos capazes de aprender.
Fato é que vemos em muitas escolas, inclusive a que trabalho, muitas crianças com histórias de vida triste, que são pobres e outros que também são filhos de pais separados, mas conseguem aprender sem dificuldades. Podemos concluir que, então, a causa disso seja o estimulo, o incentivo e as praticas sociais de leitura. Se a família motivar e cobrar, o aluno se esforçará mais para estudar e aprender. Crianças precisam ser elogiadas, estimuladas para a leitura.
A escrita é construída através de leituras de textos, não de memorização, coordenação motora, discriminação visual e auditiva, noções de lateralidade e fragmentação de palavras (silabas).
Algumas crianças não se alfabetizam aos seis sete anos pela mesma razão de que outras não aprender lavar, cozinhar, cuidar da casa... E a escola, quando não valoriza esta diversidade de saberes faz estas crianças mergulharem num mundo hostil e estranho de que só elas são as culpadas por não aprenderem.




2.1-Por que ler?

Ler é interpretar e entender é gostar de livros bons e isso somente é possível pelo incentivo à leitura desde a tenra idade. Em sala o professor deve proporcionar a leitura de vários gêneros, que despertem a curiosidade e o interesse pela leitura. É isso que tentamos realizar na escola que realizamos a prática pedagógica: proporcionando o acesso a vários tipos e estilos textuais estimulando, assim, o gosto e o hábito de ler a fim de construir a escrita. Para tanto usamos um projeto de leitura e interpretação interdisciplinarizando com matemática, ciências e historia e geografia.
O Projeto era composto por e leituras informativas, histórias, poemas, interpretações textuais, situações problemas, tipos de alimentos e hábitos alimentares, de atividades e textos envolvendo informações históricas e geográficas sobre o assunto.
São as situações do uso da leitura que levam a um momento de reflexão sobre como funciona a escrita: o material que se lê, as coisas que se escreve e se relê, a forma como o professor lê e escreve, o nome de pessoas queridas e o próprio nome, as embalagens que circulam em casa, os livros e a leitura realizada pela família, as placas e sinais de trânsito.
Na escola se ensina tantas coisas que as crianças podem aprender mais tarde e deixam de lado algo tão importante como a leitura. Tudo para fazer cópias e mais cópias de textos absurdos que nunca serão utilizados. Os professores poderiam ler mais com seus alunos, desde jornais, revistas, artigos, panfletos, livro de contos, historia, piadas, parlendas, textos informativos entre outros. Para que isso aconteça é necessário que o professor saiba que não há regras, basta ler. E o conhecimento vai se desenvolvendo. Somente a leitura proporciona a leitura em identificação de palavras, construção da escrita adequada e interpretação do texto.
Ler para o aluno é uma forma de incentivar a leitura, pois se o professor mostrar ser um bom leitor o aluno também o será. O aluno sempre procura imitar o professor em tudo: na forma de andar, de se vestir, de escrever e o fará na forma de ler.
A prática da leitura forma leitores competentes e, conseqüentemente, escritores competentes, possibilitarão produção de textos eficazes, pois a leitura oferece matéria-prima para a escrita: o que e como escrever.
Ler é uma atividade que implica na compreensão da informação escrita para torna-la um objeto de ensino em sala. Isso implica em resolver um problema pratico, informar, divertir-se, estudar escrever ou revisar seu próprio texto, pois se o objetivo é formar cidadãos capazes de compreender qualquer tipo de texto e escritores competentes é preciso organizar um educativo e aprendam realmente isso na escola.
É preciso que o aluno leia sempre, oferecendo textos do mundo, não somente durante as aulas, apenas o livro didático ou por que o professor pede. Não deixar o aluno ler apenas para decodificar, transformar letras em sons, mas realmente compreender o texto.


2.2-Algumas condições para formar bons leitores e escritores

- Dispor de uma biblioteca na escola;
- Bons acervos de livros próprios para a série;
- Organizar momentos de leitura livre em que o professor também leia; assim os alunos que não participam vejam que seu professor gosta e sejam seduzidos;
- Planejar atividades diárias de leitura garantindo que tenham a mesma importância;
- Deixar que escolham o que desejam ler;
- Não deixar que nada importune este momento de leitura; nada de perguntas do tipo se estão gostando ou achando;
- Permitir o empréstimo de livros da escola para levarem para cassa
- Sempre que possível sugerir títulos;
- Se precaver de ter sempre livros com títulos diferentes para maior variedade;
- Construir com seus alunos a prática da leitura;
Realizar leituras diárias de forma individual, em voz alta, pela escuta de alguém que lê, desde que faça sentido dentro da aula, colocar os objetivos da atividade de leitura, dar informações gerais sobre o texto, é importante para o dia-dia.
O fato que nos faz refletir é como nossas escolas querem que seus alunos sejam leitores competentes e assíduos se as mesmas não possuem bibliotecas? Nem sequer grande variedade de livros? Quantas vezes somos capazes de ler o mesmo livro na semana sem que passemos a desejar outro ou perder o interesse por essa atividade?
Em muitas escolas de nossa cidade esses alunos que deveriam ser leitores estimulados são obrigados a ler as mesmas (poucas!) coleções varias vezes e repetidamente. Ou então os professores tantas vezes já criticados pela situação do ensino compram com seu próprio ganho livros para trabalhar e dar oportunidade de leitura a seus alunos. Ou, ainda, correm atrás de jornais velhos, revistas antigas, entre outros meios, para propiciar esse momento para o aluno. As estratégias desses “heróis” são inúmeras, todas visando melhorar o ensino-aprendizagem do educando procurando possibilitar e estimular a leitura em sala de aula.
A leitura colaborativa, conhecida nas escolas como leitura compartilhada, é feita pelo professor ou por um aluno, trata-se de uma boa estratégia para formar leitores e incentivar o habito da leitura. Se o educando ver seu professor lendo, o mesmo passa a acreditar que se seu professor gosta é interessante e passará a imitar o mestre querendo ler a todo o instante, trazendo textos de casa, como: receitas, recortes de jornais, poemas escritos por eles ou por alguém da família, pode até vir um trecho bíblico.
Os projetos de leitura envolvem todos os alunos e expressa um bom resultado, pois tem o tempo necessário para se alcançar o objetivo, além de permitir o planejamento de suas etapas com os alunos. Pode-se controlar o tempo, dividir as tarefas, promover bons textos e avaliar os resultados, já que o mesmo será em linguagem oral, escrita, leitura e produção de textos. Tudo fará sentido para o aluno ler para escrever, escrever para ler, escreve para não esquecer, ler em voz alta.
Atividades seqüenciadas são parecidas com o projeto, mas se lê apenas um gênero por temporada, ou um autor.
As atividades de leitura permanentes são quando o professor as propõe com regularidade para os alunos, como: escolher o que querem ler, levam para casa, trocam entre si, lêem para a classe. Outro exemplo é roda de leitores onde os alunos tomam o livro emprestado para ler em casa e depois de lido reatam para a turma.




Conclusão

Por meio da leitura o aluno construirá uma escrita competente, visando boas produções, Espera-se que o aluno leia os textos e relacione com o conhecimento prévio que possui sobre o assunto.
Na leitura de textos, que utilize as estratégias para compreensão global não só decodificando as letras, mas formar competência de leituras para que assim o aluno entenda o texto.
A língua escrita e a língua oral estabelecem relação entre leitor e escritor, porém alguém que lê muito não será necessariamente alguém que escreve bem. Pode-se dizer que existe uma grande possibilidade de que seja assim. É nesse contexto que devemos ensinar e formar leitores que sejam capazes de produzir textos coerentes, coesos, adequados e ortograficamente escritos.
Alem das produções o professor deve organizar situações de escuta para que o conteúdo valha a pena. A leitura irá proporcionar a expressão de pensamento e idéias para a escrita.
Promover projetos de leituras usando poesias, histórias engraçadas tanto reais e irreais, parlendas, piadas, entre outros gêneros globalizando com outras disciplinas, usando brincadeiras, musicas. Tudo o que o educando realmente conhece, que tem significado para ele. Não vale a pena o professor falar de uma realidade que não faz parte de seu quotidiano, o aluno é capaz de registrar algo como: “não conheço isso, não sei o que é!”.
Seria como se um professor fosse dar uma aula sobre um animal como o hipopótamo, qual é o aluno que já viu um e sabe como é, como vive, onde vive... Não tem lógica. Também não se deve esquecer, de repente, de mostrar ou falar do tal bicho, mas explorar realmente assuntos que estejam dentro de um contexto.






Referencias bibliográfica
Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental. / , Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. – Brasília: Ministério da Educação, 1999. 364p.: il.: Fotos; 27cm.

Programa de formação de professores Alfabetizadores, PROFA; 2001. Ministério da Educação e Cultura- MEC.

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